Neste domingo, 16 de fevereiro, Ouro Branco, a cidade que respira história e acolhe com braços abertos, celebrou seus 301 anos de fundação. Uma jornada que começou no final do século XVII, em 1694, quando o povoado de Santo Antônio de Ouro Branco surgiu, modesto e promissor, às margens da Estrada Real. Hoje, três séculos depois, a cidade se mantém como um testemunho vivo da resistência, da cultura e da beleza mineira.
As comemorações foram marcadas por uma grandiosa cavalgada, que partiu da Fazenda de Carreiras, antigo pouso dos tropeiros, e seguiu até a Praça de Eventos, onde uma solenidade emocionante reuniu moradores e visitantes. O pré-carnaval, que retornou após mais de uma década de ausência, trouxe ainda mais alegria à festa, unindo passado e presente em uma celebração que ecoou pelas ruas e montanhas da cidade.
O prefeito Sávio Fontes, em seu discurso, emocionou-se ao falar da cidade que o acolheu e a tantos outros. “Ouro Branco é a cidade que nos permite produzir e realizar nossos sonhos. Sua história é a nossa história, a história do povo que construiu esta terra”, afirmou. E é essa história que se entrelaça com a própria trajetória de Minas Gerais, desde os tempos em que o ouro de tonalidade clara, menos valioso que o de Ouro Preto, deu nome à cidade.
Em 16 de fevereiro de 1724, um alvará da Rainha Maria I elevou Ouro Branco a uma das mais antigas freguesias de Minas Gerais. Mas foi em 12 de dezembro de 1953 que a cidade conquistou sua emancipação política, deixando de ser distrito de Ouro Preto para se tornar um município autônomo. Desde então, Ouro Branco trilhou diversos ciclos econômicos: do ouro à agricultura, da uva à batata, até chegar ao aço, com a implantação da Gerdau em 1976, que transformou a cidade em um polo industrial.
Mas Ouro Branco não é feita apenas de ciclos econômicos. Sua riqueza cultural e natural é um tesouro que encanta. O Parque Estadual da Serra do Ouro Branco e o Monumento Natural de Itatiaia, tombados pelo IEPHA, são áreas de biodiversidade exuberante, guardiãs de ruínas do ciclo do ouro e de paisagens que inspiram. A comunidade de Itatiaia, distrito da cidade, é um refúgio de tradições e belezas naturais.
No coração da cidade, a Igreja Matriz de Santo Antônio, construída em 1779, é um marco histórico e religioso. Reformada pelas mãos de Aleijadinho e adornada com as pinturas de Manoel da Costa Ataíde, a igreja é um símbolo da fé e da arte barroca mineira. Ao seu redor, casarões do século XVIII e a antiga casa paroquial contam histórias de um tempo em que o ouro corria pelos rios e a vida pulsava nas fazendas coloniais.
E é na Fazenda de Carreiras, às margens da Estrada Real, que o passado parece ganhar vida. O guichê que servia para a cobrança do Quinto do Ouro, preservado até hoje, é um lembrete silencioso daqueles tempos de tropeiros e sonhos dourados.
Ouro Branco, cidade de 301 anos, é mais do que um lugar no mapa. É um abraço caloroso, uma história viva, um sonho que se renova a cada dia. Que os próximos séculos sejam tão generosos quanto os que já se passaram, e que a cidade continue a ser, como disse o prefeito, o lugar onde sonhos se realizam e histórias se constroem. Parabéns, Ouro Branco, pelo seu legado e pela sua luz!