Gasolina e diesel terão reajuste e devem pressionar inflação nos próximos meses

 

O preço da gasolina e do diesel deve subir nos próximos meses devido à defasagem em relação ao mercado internacional e ao reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). O aumento pode impactar a inflação, sobretudo no setor de alimentos, gerando desafios para a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que busca conter a alta de preços.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, comunicou ao presidente Lula na última segunda-feira (27) que o diesel sofrerá um reajuste, atribuído à diferença entre os preços praticados no Brasil e no exterior. Segundo estimativa da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem do diesel varia entre 14% e 17%, enquanto a gasolina apresenta um descompasso de 7%.

Os reajustes ocorrerão de forma distinta: o diesel passará por dois aumentos, enquanto gasolina e etanol terão apenas um. Além da correção da Petrobras, os combustíveis também sofrerão impacto do aumento do ICMS, previsto para entrar em vigor neste sábado (1º). O imposto será elevado em R$ 0,10 por litro para gasolina e etanol, e em R$ 0,06 por litro para diesel e biodiesel, elevando as alíquotas para R$ 1,47 e R$ 1,12, respectivamente.

A Petrobras encerrou 2024 sem reajustar o diesel, algo que não ocorria há 13 anos. O tema tem gerado pressões por parte de investidores da estatal, que temem intervenções do governo federal nos preços. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Gouveia, relembrou que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) evitou reajustes para conter a inflação, o que teria comprometido a saúde financeira da estatal.

Especialistas alertam que o aumento do diesel impacta diretamente o custo do frete, encarecendo os alimentos e outros produtos transportados por rodovias. Além disso, o reajuste da gasolina influencia diretamente o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação.

Pesquisas recentes apontam que a alta dos preços tem afetado a avaliação do governo federal. Em 2024, os preços dos alimentos subiram 8,23%, enquanto o IPCA acumulou alta de 4,83%.

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