Alexandre de Moraes deve enviar relatório sobre indiciamento de Bolsonaro ao MPF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, está previsto para encaminhar hoje à Procuradoria Geral da República (PGR) o relatório final do inquérito que investiga o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas no planejamento de um golpe de Estado. A investigação, conduzida pela Polícia Federal (PF), apura o suposto envolvimento de aliados de Bolsonaro em um esquema para matar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

O relatório aponta a formação de uma organização criminosa que agiu de forma coordenada para tentar manter Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022. A investigação teve início no ano passado e, recentemente, culminou no indiciamento de 37 pessoas, incluindo o ex-presidente. Entre os indiciados estão figuras de destaque, como o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, general da reserva Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa derrotada de Bolsonaro; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Augusto Heleno; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin), policial federal Alexandre Ramagem; e o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto.

A PGR deve avaliar as acusações e decidir se aceita ou não as denúncias. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, deve anunciar sua decisão somente em fevereiro de 2025. As acusações contra os envolvidos incluem crimes graves como a tentativa de golpe de Estado, a abolição violenta do Estado democrático de direito e a formação de organização criminosa.

As penas previstas para esses crimes variam de 4 a 12 anos de prisão, dependendo da acusação. Especificamente, o crime de golpe de Estado pode resultar em penas de 4 a 12 anos, enquanto a abolição violenta do Estado democrático de Direito pode acarretar de 4 a 8 anos de prisão. Já o envolvimento em organização criminosa pode levar a penas de 3 a 8 anos.

Além deste inquérito, Bolsonaro já foi indiciado em outras duas investigações conduzidas pela Polícia Federal neste ano: o caso das joias sauditas e a fraude no cartão de vacinas. A continuação dessas apurações pode levar a novos desdobramentos legais para o ex-presidente e seus aliados.

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